Justiça

Após 14 horas de julgamento, Kassio de Mangas, réu confesso da morte da policial Emily, é condenado a 24 anos e 9 meses de prisão

O julgamento de Kassio Mangas, ex-policial militar, réu confesso do assassinato da ex-namorada, também policial, Emily Miranda, durou mais de 14 horas, no Fórum de Macapá na segunda, 22. No fim da noite o réu foi condenado a 24 anos e 9 meses de reclusão mais pagamento de multa de R$ 13 mil reais aos pais da militar.

Com um júri popular formado por homens, cinco testemunhas foram ouvidas e questionadas pela acusação e defesa. Participaram das oitivas, a avó de Emily, que estava na residência e escutou quatro barulhos de tiros, a cuidadora de idosos que foi a primeira a pessoa que viu a vítima baleada e alertou o ocorrido, uma amiga que antes do homicídio trocou mensagens com Emily e a vizinha da residência, que escutou os tiros e acompanhou a vítima na ambulância. O pai de Emily participou e prestou depoimento como informante.

Três das cinco testemunhas pediram ausência do réu durante o depoimento, por não se sentirem confortáveis com presença de Kassio, onde relataram o quanto ele era possessivo e que Emily chegou a relatar com amigos e familiares os problemas que vinha enfrentando no relacionamento.

Emily foi assassinada em 2018

O réu foi interrogado e descreveu as 24 horas antes do crime, alegando que ele e Emily tiveram conversas sobre o fim do relacionamento e até comunicaram os familiares, mas na tarde do dia 12, Cássio relatou que viu mensagens no celular de Emily trocadas entre ela e um ex-namorado, iniciando assim uma discussão no quarto do casal. Em seguida, guiado pela emoção, atirou contra a vítima, alegando também não lembrar a quantidade de tiros e nem detalhes do momento e que foi perceber a gravidade do ato instantes depois e por isso saiu da residência.

Em vários momentos, o réu se emocionou ao ser interrogado e pediu perdão a família de Emily.

“Peço perdão a família da Emily e tenho ciência do que fiz, eu me descontrolei e até hoje não consigo acreditar que fiz isso”, declarou o réu.

A defesa do acusado justificou que o mesmo agiu tomado pela emoção e que não foi um crime premeditado, mas os promotores do Mistério Público, parte acusadora, alegaram que o réu agiu friamente após o crime e que de acordo com o laudo pericial no corpo da vítima, os tiros foram efetuados em ângulos que comprovam que Emily estava de pé ao receber o primeiro tiro e os outros foram disparados com ela já baleada na cama do quarto.

Kassio de Mangas dos Santos foi condenado pelo crime de homicídio, cometido de forma premeditada, por motivo torpe, agravado por ter sido policial militar na época e que antes de namorar a vítima, teve dois relacionamentos que o acusaram de comportamento agressivo e possessivo. Dessa forma foi condenado a 24 anos e 9 meses de reclusão e indenização por danos morais aos pais de Emily no valor de R$ 13.500,00 em partes iguais.

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