Esquema fraudulento negociava CNH’s com preços variados entre R$ 3 mil e R$ 30 mil reais
Foto: Marcelo Loureiro
Na manhã desta segunda-feira, 26, 5 pessoas foram presas acusadas de fazer parte de um grupo criminoso que agia em Macapá e em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, acusados de venderem Carteiras Nacionais de Habilitação com preços variados entre R$ 3 e R$ 30 mil reais. Os valores, segundo a polícia, poderiam ser pagos parcelados em boletos. Quatro pessoas foram presas em Macapá e uma em Santa Catarina, entre elas uma ex-servidora do Detran que já havia sido exonerada na primeira fase da operação.
“A ação criminosa se baseava numa servidora corrupta do Detran, que negociava cnh’s para um grupo de despachantes clandestinos de Macapá. Eles tinham uma lista de pessoas em Balneário Camboriú, e uma pessoa era a responsável lá pela venda dos documentos. Esse era um esquema bem complexo e contava com a partipação dela aqui no Amapá”, disse o delegado responsável pelo caso Estéfano Santos.
“O suspeito preso em Santa Catarina encabeçava o esquema. Ele identificava pessoas que não logravam êxito nas provas e também foragidos da justiça. A organização também contava com o apoio de uma outra agente pública, dos Correios, que agia na distribuição desses documentos”, disse o delegado.
Operação Carta Fria
A operação foi em conjunto com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AP) e é um desdobramento da operação Carta Fria, realizada em dezembro de 2020, após denúncia na Corregedoria do Detran/AP sobre tal servidora. Os nomes não foram divulgados pela polícia.
De acordo com a polícia foram 75 carteiras de habilitação emitidas de forma fraudulenta no ano de 2020, todas para brasileiros, falsamente identificados como estrangeiros e com dados fraudados inseridos pela funcionária responsável pelo setor de registro. Porém esse número pode ser maior, já que foram emitidas 445 CNHs estrangeiras.
“Já iniciamos a coleta de dados referentes aos demais períodos relacionados a atuação dessa servidora, que foi exonerada ainda na primeira fase dessa operação”, declarou o diretor-presidente do Detran, Inácio Maciel.
Os envolvidos podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de participação em organização criminosa, falsidade ideológica e corrupção passiva e ativa.