Amapá

Funcionários denunciam abandono do CIP e pedem o retorno da PM para as unidades

O pedido de socorro vem dos socioeducadores do Centro de Internação Provisória (CIP), localizado no bairro Novo Buritizal, na Zona Sul da cidade de Macapá. Eles relataram à equipe do Portal alynekaiser.com.br que há anos estão trabalhando no descaso e clamam por providências.

“O fato é que desenvolvemos nossas atividades com adolescentes encaminhados pelos sistema da Justiça e, em sua maioria, são faccionados. Essa situação nos coloca em condições de trabalho desumana e degradante. O que vai de encontro aos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana. As estruturas estão totalmente comprometidas, sem condições de habitabilidade, totalmente insalubre, mato alto, banheiros dos alojamentos entupidos e depredados”, descreveu um servidor que pediu para não ser identificado.

Teto do local

Outra queixa é quanto ao policiamento que de acordo com os funcionários, ao ser solicitado, o mesmo não é atendido em tempo hábil, para realização da intervenção necessária.

“Nos encontramos desguarnecidos, sem a presença permanente de policiais militares desde o dia 3 de abril, quando eles foram retirados dos postos de guarda. Vivemos na total insegurança nos núcleos, em um verdadeiro clima de terror e medo de morte, pelas constantes tentativas de fuga e até mesmo de invasão”, desabafou.

Alojamento

O Centro, que funciona no antigo prédio da Delegacia do Menor, recebeu as últimas manutenções nos anos de 2015 e 2017. Atualmente, nove menores infratores cumprem medidos provisórias (reclusão de 45 dias) naquele local.

“Ficamos em quatro, no máximo ou cinco servidores por plantão, que não trabalham com armas, que não trabalham com nenhum tipo de segurança, não temos nenhum preparo, nenhum treinamento específico, porque não está dentro da nossa função fazer essa proteção desses adolescentes e a nossa também. Trabalhamos em equipes formadas por um homem e três mulheres”, revelou o socioeducador.

Na madrugada desta terça-feira, 4, foi registrada a fuga de dois menores que aguardavam julgamento de processo. Os funcionários atribuem a essas constantes ações, a falta de estrutura do lugar.

“Se o interno não está tendo seus direitos fundamentais garantidos, nós também não estamos. Somos trabalhadores da socioeducação e nem da pasta da segurança pertencemos. Não nos é oferecido condições dignas de trabalho, e querem que façamos condução, contenção, algemação ou gerenciamento de crise e/ou sinistros”, disse.

Uma nota de repúdio foi divulgada pelo Sindicato do Grupo Socioeducativo e de Proteção (SINGSEP). Segue a nota:

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