Covid-19

Pesquisa diz que transporte público é grande foco de transmissão da Ômicron e empresas do Amapá tem que utilizar equipamentos para garantir a higienização dos veículos

A diarista macapaense, Rita Pereira, acredita que se contaminou num dos ônibus que pegava para se deslocar da zona norte para o bairro Santa Rita, pois desde o início da pandemia, não havia contraído a doença. Ela evitava transporte público, mas nos últimos dois meses precisou utilizar para um novo serviço.
“Sempre me cuido. Meu antigo trabalho pegava carona com meu companheiro, mas nesses últimos meses eu tive que ir para outro lado e estou usando o ônibus, que quase está sempre cheio no horário de pico. Ali as pessoas entram tossindo, pegam em tudo e não vejo limpeza das empresas de ônibus, não tem álcool. Peguei Covid e já estou bem, mas vou ter que pegar ônibus de novo e estou preocupada”, informa.
O receio da diarista não é em vão, pois de acordo com pesquisadores especialistas brasileiros, os transportes públicos do Brasil são grandes focos de transmissão da covid-19. O estudo foi realizado pela Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação (SBCC), feito a pedido da empresa de comunicação CNN.
A pesquisa destaca que os veículos coletivos apresentam todos os ‘ingredientes’ necessários para uma grande disseminação de Covid-19. As janelas da maioria dos ônibus hoje em dia não abrem e ao menos nos grandes centros urbanos vemos enormes aglomerações dentro de ônibus, metrôs e trens.
A diarista Rita confirmou que as janelas sempre estão fechadas, algumas com problemas e as vezes devido à chuva que acaba entrando e molhando todo mundo. “Esse período agora é muito difícil, mas também quando está no verão, os raios do sol invadem as janelas e fica muito quente. É complicado, mas os poucos com ar-condicionado, eu tenho mais receio, pois o ar não circula e acho que pode transmitir mais fácil”, diz ela.
De acordo com pesquisa feita pelos especialistas, a diarista não está errada, pois a chance de se contaminar aumenta com a má circulação do ar e com a densidade de pessoas no local. A análise feita mostra que a taxa de renovação de ar no interior de ônibus e outros é insuficiente para a eliminação eficiente das gotículas contaminadas pelo vírus.

De acordo com eles, a contaminação no transporte público acontece pelo ar, mesmo com as pessoas utilizando máscara. Não há renovação de ar principalmente nos veículos com ar-condicionado, o que torna muito grande a chance de contágio pela Covid-19. A solução segundo eles é simples, é que preciso abrir a renovação de ar desses veículos. Mas financeiramente isso não é inteligente para as empresas, porque se gasta muito mais combustível e não é lucrativo.
Em Macapá as frotas de ônibus em sua maioria não possuem ar-condicionado. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap), 35 novos ônibus com ar chegaram, mas os órgãos de vigilância sanitária recomendam não usar devido a pandemia, mas com a retomada das atividades econômicas e a projeção de crescimento no número de passageiros do transporte público, as empresas estão investindo em equipamentos para garantir a higienização dos veículos.

É o caso da Sião Thur que representa mais de um terço da frota de ônibus – além da assepsia com álcool em gel e limpeza ao final de cada linha – investiu num equipamento inovador que reduz a quase zero o risco de contágio.


A luz UV (ultravioleta) é utilizada há muitos anos para desinfectar ambientes de carros e hospitais em todo o mundo, o que gerou o termo UVGI – “Irradiação germicida ultravioleta”. Os fótons energéticos da luz UVC quebram as ligações químicas do DNA de vírus e bactérias, inativando-os ou matando-os.
“De acordo com a mais recente diretriz sobre o diagnóstico e tratamento do novo coronavírus, este é sensível à luz e ao calor ultravioleta, de modo que, com uma frequência de comprimento de onda específica, a radiação ultravioleta pode efetivamente inativar o vírus. A aplicação é simples e rápida. Semelhante a um estabilizador de computador, o equipamento é colocado dentro do ônibus em uma superfície plana. Quanto maior a área, mas rápida será a aplicação da produção do ozônio. Cada limpeza leva, em média, até 30 minutos de duração”, informou o diretor de comunicação Social do Setap, Renivaldo Costa.
Pesquisadores alertam que é necessário evitar aglomeração, se possível não utilizar os transportes públicos em horário de pico, sempre utilizar máscara e usar álcool em gel e também evitar colocar a mão em área de risco. E às empresas, eles recomendam sempre manter higienização, além de garantir aumentar o número de ônibus em circulação no horário de pico.

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