Educação

Pesquisadores alertam para perigos a exposição continua de crianças a equipamentos eletrônicos

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) fazem um alerta para os riscos da alta exposição de crianças às telas de equipamentos eletrônicos, tabletes, celular, televisores e computador. Na pandemia, essa exposição aumentou, pois muitas crianças passaram a estudar na modalidade on-line e muitas famílias acabam recorrendo a esses dispositivos, para conseguirem trabalhar e entreter as crianças, que passam mais tempo em casa.

Os pesquisadores explicam que até 1 ano de idade não é recomendada nenhuma exposição à tela. Depois disso, a indicação varia conforme a faixa etária sendo que, até os 6 anos de idade, período que corresponde à primeira infância, as crianças não devem passar mais do que duas horas por dia na frente de dispositivos eletrônicos.

Entre os prejuízos de uma exposição excessiva às telas, para as crianças estão: dificuldade de aprendizagem, dificuldade de interação social, dificuldade de criar vínculo, dificuldade de se adaptar ao meio social e aos desafios que a sociedade impõe, prejudicando ainda o chamado controle inibitório que, de forma simplificada, é a habilidade de controlar respostas impulsivas e esperar a própria vez.

Em Macapá, a socióloga Amanda Moura experimenta no dia a dia o desafio de afastar crianças das telas. Ela é mãe da Maria Cecília, de 6 anos. No dia a dia, concilia o cuidado com a filha, com a casa e o trabalho em sua loja virtual.

“De longe educar minha filha na pandemia e restringir o uso de aparelhos eletrônicos é um dos meus maiores desafios. Antes da pandemia a Maria só usava tablet e tv para assistir desenhos, e tudo mudou com o início das aulas on-line, quando ela passou a ficar todas as manhãs em frente ao computador e celular para acompanhar as aulas”, conta Amanda.

Restringir o uso de aparelhos eletrônicos para Cecília é um dos maiores desafios para a mãe Amanda

Segundo os pesquisadores é necessária uma atenção especial às crianças não apenas durante, mas após a pandemia. A brincadeira, que acaba sendo substituída por tempo na frente de dispositivos eletrônicos, é fundamental para o desenvolvimento das crianças e para ajudá-las a compreender o mundo.

“Aqui em casa estabelecemos horários para que ela assista aos vídeos, geralmente depois das aulas on-line colocamos ela para interagir nos afazeres e com a gente, para quebrar um pouco da exposição virtual, e criamos brincadeiras para estimular a criatividade”, diz a socióloga.
Existem muitas formas de incluir os conteúdos digitais no brincar e que pode ser benéfico desde que bem orientado. As crianças podem, por exemplo, levar os personagens do programa de TV para uma brincadeira mais ativa, na qual entendem o papel daquele personagem e, brincando, têm mais controle sobre a mensagem e o significado que aquilo traz para ela.

Outra alternativa é buscar conteúdos digitais que proponham tarefas às crianças e trocar, o sofá pelo tapete, onde é possível brincar. Também recomenda-se que as crianças sejam integradas nas atividades do dia a dia dos adultos, que sejam convidadas a cuidar das plantas a preparar uma comida, a estarem por perto.

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