Por 4 votos, Leandro Freitas vai responder por homicídio culposo e não feminicídio; Ele já está em liberdade
O ex-policial civil Leandro Freitas vai responder por homicídio culposo contra a empresária Ana Kátia Silva e vai responder em liberdade. O julgamento do réu terminou por volta das 6h da manhã deste sábado, 22, após 6 dias. No último dia, o réu foi ouvido e foram feitos os debates das partes, sendo 1h30 para defesa e também para a acusação.
A defesa tinha como tese principal a negativa de autoria, e uma das teses subsidiária o homicídio culposo, provando que Leandro não tinha nenhum relacionamento afetivo com Ana Kátia. “Isso foi uma grande vitória, pois os senhores jurados afastaram o dolo, a qualificadora do meio cruel e principalmente feminicídio que nunca existiu no presente caso”, disse Osny Brito, um dos advogados de defesa que vem atuando no caso desde o início.
“Foi um júri cansativo, combatemos um bom combate, de 8h30 da sexta-feira até às 7h30 do sábado, com a leitura da sentença, um júri histórico pro Amapá. Sem dúvida o júri do ano. Continuaremos defendendo a inocência de Leandro, que poderá retornar aos seus familiares com a expedição do alvará de soltura”, disse Osny.
Também atuaram na defesa os advogados Charlles e Dirce Bordalo e Elias Reis.
Osny também ressaltou que ”foi importante a situação dos peritos que realizaram a simulação do disparo no Fórum de Macapá, Antônio Nunes e Cleber Müller, assistentes técnicos da defesa”.
Relembre o caso
Ana Kátia, que era empresária do ramo alimentício na capital amapaense, foi morta aos 46 anos, com um único tiro na região do peito, durante uma festa de aniversário que acontecia na casa do filho dela, localizada na avenida Lua, no bairro Jardim Marco Zero.
Segundo testemunhas, o policial civil ingeria bebida alcoólica naquele dia, estava alterado e manuseava uma arma de fogo, o que causou desconforto entre os presentes. Logo depois a empresária foi encontrada caída no chão ferida e o réu com ferimento na altura do ombro, dentro do veículo.
A autoria do crime possuía duas versões diferentes: uma do Ministério Público do Amapá (MP-AP) e uma da defesa do acusado Leandro Freitas. O MP-AP sustentava que o policial civil foi o responsável pela morte da empresária, ocorrida durante discussão dentro do veículo. De acordo com a perícia, a vítima foi atingida com um tiro disparado a curta distância – “à queima roupa” – e o caso foi caracterizado como feminicídio.
Já a tese do acusado alegava que não haviam provas suficientes para apontar que o disparo foi efetuado por Leandro Silva e declarou, ainda, que o réu negou envolvimento amoroso com a vítima.
Leandro Silva, que foi preso em flagrante, recebeu autorização para responder em liberdade quatro meses após o caso, em novembro de 2020, mas voltou ao Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) em 2021. Em agosto de 2022 ele foi demitido pelo Governo do Estado.