Superintendência de Vigilância em Saúde confirma dois óbitos por sarampo no Amapá
A Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS/AP) confirmou nesta sexta-feira, 14, os dois primeiros óbitos no Estado causados por sarampo, o que não ocorria há pelo menos duas décadas. Os óbitos são de duas crianças, sendo uma na capital, Macapá, e outra, em uma aldeia indígena, no município de Pedra Branca do Amapari, região central do Amapá.
No caso da capital, o óbito ocorreu no dia 28 de março. A criança, menor de 7 meses, do sexo feminino, começou a apresentar os primeiros sintomas no dia 24 de fevereiro. Ela não estava vacinada.
Este caso foi fechado pelo município como sendo de sarampo, no entanto, para melhor averiguação e confirmação do caso, o Laboratório Central do Amapá (Lacen) realizou testes e também enviou amostras para a Fiocruz. Ambos resultados confirmaram a causa da morte da criança como sendo sarampo.
Criança indígena
A criança indígena que veio a óbito tinha 4 meses – ainda fora da faixa etária de vacinação. Eram duas irmãs gêmeas, sendo que uma faleceu no dia 19 de abril e a outra no dia 1 de maio. Os duas mortes estavam sob investigação, e o resultado foi que apenas a menina que faleceu no dia 19 de abril teve confirmação de sarampo. A irmã dela deu positivo para dengue como causa da morte e não sarampo.
“Pelo exame sorológico uma das crianças indígenas testou positivo para sarampo e a outra testou negativo. Mas deu positivo para dengue. Então, encaminhamos as amostras das duas crianças indígenas para análise na Fiocruz para confirmar os exames feitos no Lacen, e os exames feitos lá confirmaram os resultados daqui”, explicou João Farias, coordenador de Doenças Transmissíveis da SVS/AP.
Medidas
João Farias informou que a SVS/AP tem um plano de ação junto aos municípios para enfrentar o surto de sarampo no Amapá. O planejamento consiste em reforçar as vigilâncias municipais, campanhas de conscientização para a vacinação e estreitamento da relação no combate ao sarampo com o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei).
Vacinação.
O Governo do Estado do Amapá em parceria com a Organização Panamericana das Américas (OPAS) executou, no início deste ano, uma ação de varredura vacinal alcançando mais de 50 mil pessoas com mais de 100 equipes visitando casas em sete municípios amapaenses na região metropolitana e áreas de fronteira.
No entanto, a cobertura vacinal ainda é considerada baixa. O Ministério da Saúde, em caso de surto, recomenda o uso de três doses de vacina: dose zero(D0) para crianças entre 6 e 11 meses de idade, dose um (D1) com 12 meses, e dose dois (D2) com 15 meses de idade.
Em estados sem surto, somente duas doses são suficientes (D1 e D2). A aplicação das vacinas é de responsabilidade dos municípios, cabe ao Estado a distribuição e capacitação dos técnicos. Todos os municípios estão abastecidos para atender todo público alvo.
O Ministério da Saúde ainda recomenda, em caso de surto, que adultos até 29 anos devem tomar duas doses, caso nunca tenham tomado ou não lembrem, basta procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e se vacinar. Adultos acima de 29 anos basta uma dose.