Amapá

Comitê Estadual de Saúde recomenda novo lockdown

O Comitê Estadual de Saúde do Judiciário (CES-JUS) reuniu-se, na tarde desta quinta-feira (14), para uma reunião extraordinária com o objetivo de avaliar os mais recentes dados epidemiológicos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Amapá. Sob condução do desembargador Carlos Tork, o comitê analisou as taxas de contaminação, mortalidade e ocupação de leitos na rede hospitalar pública e privada no Amapá e chegou a conclusão de que deve recomendar às autoridades a adoção de um novo lockdown (isolamento social rígido).

Além de um crescimento de contaminações e mortalidade especialmente de outubro de 2020 até o momento, com tendência para o crescimento e não estabilização em janeiro de 2021, a falta de leitos de UTI é um agravante. Segundo a diretora executiva da Superintendência de Vigilância em Saúde do Estado (SVS), enfermeira sanitarista Iracilda Costa, “em termos de casos novos tivemos um aumento de 77% de outubro para novembro e de 30% de novembro para dezembro provavelmente devido ao relaxamento nos cuidados por parte da população após um período mais estável, mas as festas de final de ano só devem confirmar essa tendência de crescimento nos próximos dias”.

Representando o Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá (Unifap), o médico Aljerry Rego confirmou que houve um crescimento no número de internações. “Hoje nosso problema é UTI, estamos com taxa de 85 a 90% nas UTIs, nesta segunda onda mais grave, e os pacientes estão ficando mais tempo internados”, relatou. “Estamos trabalhando para montar a UTI 3, com mais 15 leitos, e aguardamos a chegada de mais equipamentos para o próximo sábado, mas ainda precisamos conseguir equipes médicas para deixá-las operacionais, o que é uma dificuldade aqui no estado”, ressaltou.

O médico Ronaldo Dantas, integrante do Núcleo de Apoio Técnico em Saúde do Judiciário (NAT-Jus), observou que “se em dezembro, com excedente de leitos, tivemos 103 mortos, agora, com 100% de ocupação e índice de contaminação mais alto, o cenário é mais sombrio”.

O desembargador Carlos Tork considerou que, “tendo em vista o cenário aqui apresentado, com o sistema de saúde colapsado, poucas chances de uma solução imediata e praticamente a certeza de pelo menos duas mortes para cada dia que não se toma uma medida mais severa, não vejo alternativa senão a recomendação de um novo lockdown”. A proposta foi aprovada pela unanimidade dos participantes.

A reunião contou com representações das seguintes instituições: Procuradoria Geral do Estado do Amapá (PGE), Secretaria de Saúde Estadual do Amapá, Superintendência de Vigilância em Saúde do Estado, Secretaria de Saúde de Macapá, Justiça Federal, Promotoria de Saúde do Ministério Público, Hospital Universitário (HU), Hospital da Unimed, Hospital São Camilo, Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Enfermagem, Núcleo de Apoio Técnico da Justiça, entre outras instituições.

Texto: Aloísio Menescal /Tjap

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