Covid-19

Covid-19 e o Suicídio


As vulnerabilidades psicológicas específicas de um indivíduo envolvem circunstâncias mais amplas (tais como normas sociais, fatores econômicos e a disponibilidade de meios) que propiciam uma possibilidade de tentativa de suicídio ser exitosa. Dentro dessa simples afirmação há imensa complexidade e desafio, mas também a possibilidade de muitas intervenções eficazes para prevenir o suicídio e salvar vidas.

A consciência do papel dos fatores sociais e econômicos no suicídio trouxe muitos benefícios práticos em termos de formulação de políticas de prevenção, e pode ter ajudado a reduzir o estigma prejudicial em torno do problema. No entanto, parte do discurso em torno da pandemia COVID-19 mostrou repercussões quanto a este grave problema.

Sofrimento mental não é apenas compreensível, é esperado e refletido em estudos da população em geral e daqueles especificamente infectados com SARS-CoV-2. As estatísticas “representam vidas reais perdidas, famílias reais devastadas. Nenhuma taxa de suicídio, seja alta ou baixa, subindo ou descendo, é aceitável. Precisamos permanecer vigilantes e estar preparados para responder se a situação mudar conforme o a saúde mental de longo prazo e os efeitos econômicos da pandemia se desdobrarem.

Surge um consenso profissional em relação ao suicídio e à pandemia. Este refuta o uso de estatísticas de suicídio para marcar argumentos políticos (por exemplo, sobre as medidas de restrição como o lockdown), mas também reconhece o papel que aqueles que estão no poder podem desempenhar na mitigação dos fatores econômicos e sociais que podem aumentar o risco de suicídio.

Existem narrativas super simplistas que reduzem as complexidades do sofrimento mental a uma simples contagem de mortes. Estamos em um momento histórico em que muito ainda é incerto, mas com sistemas de monitoramento realmente eficazes muito pode ser conhecido e executado. O desafio agora é propagar essa abordagem aos políticos e ao público.
Fonte: https://doi.org/10.1016/S2215-0366(21)00164-4

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