Justiça

PMs que foram acusados do homicídio de vigilante da OAB são absolvidos sumariamente

Quatro policiais militares do extinto Batalhão de Rádio Patrulhamento Motorizado (BRPM), que foram acusados de homicídio e fraude processual numa ocorrência registrada no dia 10 de abril de 2017, foram absolvidos sumariamente e não irão ao Tribunal do Júri.

A sessão que terminou com a inocência dos PMs, aconteceu na manhã desta terça-feira, 14. A guarnição foi denunciada pela morte de Adriano Fortunato da Silva, vigilante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AP) e Alessandro de Lima Pereira.

Os advogados de defesa dos policiais, Dirce e Charlles Bordalo, comemoraram a decisão da Justiça. “A pressão foi muito grande, através da OAB, da comissão dos direitos humanos, que diziam que o camarada era inocente, era gente boa. Só que esse vigia já tinha antecedentes criminais, eu mesmo cheguei a advogar para ele, há muitos anos. Então, muitos acreditavam que ele [Adriano Fortunato] era cem por cento inocente. Mas ele estava no meio dos bandidos e veio correndo para enfrentar a polícia, armado”, disse Charlles.

Defesa sustentou que durante ação vigilante estava no meio dos bandidos

Segundo informações divulgadas a época dos fatos, o bando foi responsável pelo furto a uma agência bancária do Santander, de onde levaram algumas armas de fogo.

“Eles tinham todos os tipos de material, maquinário para cortar parede. Cortaram, praticaram o crime e daí, eles pularam para dentro do muro da OAB. Nesse momento o alarme do Banco disparou, a polícia foi chamada e várias unidades chegaram ao local, inclusive, essa equipe do BRPM”, relembrou o advogado.

Ainda segundo relatos, assim que perceberam a chegada dos agentes da segurança pública, os criminosos não se intimidaram e abriram fogo contra a polícia. Os militares então tiveram que revidar e acabaram atingindo Alessandro e Adriano.

Caso aconteceu em 2017 no prédio da OAB

Dois revólveres calibre 38, um deles com numeração suprimida e ambos municiados, foram encontrados em posse da dupla.

Outros dois bandidos que se esconderam dentro do forro da instituição se entregaram logo após o confronto. Eles foram presos e confessaram que tiveram participação no furto. Os bandidos também revelaram que Alessandro, conhecido como “Irmão”, recém chegado de Santarém, foi o mentor intelectual do crime e responsável pela contratação dos comparsas.

Dirce detalhou a nossa equipe de jornalismo, parte de sua estratégia de defesa.

Advogada disse que laudo necroscópico atestou chumbo nas duas mãos do vigilante

“Esses bandidos estavam desde cedo preparando a invasão da agência e receberam todo o apoio logístico do vigilante Adriano. Foi ele quem permitiu que guardassem serra elétrica e outras ferramentas pesadas, no prédio da OAB. Outro ponto que ‘bati’, na perícia, foi no laudo necroscópico, já que a acusação insistia em dizer que ele [Adriano] era refém dos assaltantes, é que o mesmo não tinha marcas de amarras nas mãos, não tinha fita adesiva na boca, não estava uniformizado. Ele veio correndo de dentro da OAB, junto com os demais bandidos, no escuro. Sem contar que a perícia atestou chumbo para ambas as mãos de Adriano Fortunato. Então, todas essas minutas, convenceram a promotora e a juíza que de fato ele estava junto do bando “, enfatizou a doutora Dirce.

Os militares foram absolvidos ainda, da acusação de fraude processual, porque levaram os suspeitos para o hospital. A juíza entendeu que não houve irregularidade na conduta, e sim, a tentativa de salvar as vidas dos suspeitos.

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