Preso na Operação Queda de Bastilha, delegado Sidney Leite é condenado e perde a função de delegado de polícia
O delegado Sidney Leite foi julgado nesta segunda-feira, 30, e foi condenado a 10 anos, 2 meses e 15 dias de reclusão inicialmente em regime fechado além da medida cautelar de suspensão do exercício da função de delegado de polícia civil e a interdição para o exercício de função ou cargo público por um prazo de 8 anos subsequentes ao cumprimento da pena.
Sidney foi preso em 2022 durante a Operação Queda da Bastilha, desencadeada pela Força Tarefa da Segurança Pública, que apurou um esquema criminoso que funcionava dentro e fora do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
A equipe do Portal tentou entrar em contato com o advogado de defesa de Sidney, porém não obteve respostas.
Lembre o caso
As investigações apontaram o envolvimento do delegado, de dois policiais penais e de uma advogada, com uma organização criminosa que atua no Estado, cujos líderes se encontram presos no Iapen.
Consta nos autos que Sidney teria oferecido um carro blindado e a própria casa, para um chefe de facção, após ganhar liberdade provisória, mas acabou desistindo, ao perceber que ele seria facilmente localizado, em razão do monitoramento da tornozeleira eletrônica que teria que utilizar.
Mensagens trocadas entre Sidney e o líder da organização, foram anexadas na denúncia do Ministério Público (MP). Nas conversas, Sidney falava com um funcionário do Iapen para interceder em favor do preso.
A operação teve por objetivo reprimir a facção estruturada, com atuação dentro e fora da penitenciária, que era responsável por diversos crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsidade ideológica, prevaricação, corrupção ativa e passiva e também, lavagem de dinheiro.
Na época foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão em residências de investigados e escritórios de advocacia, nos bairros Pacoval, Central, Cidade Nova, Jardim Equatorial, Novo Buritizal, Perpétuo Socorro, Trem, Cabralzinho e Fazendinha, além de seis mandados de busca no Iapen.
Foram cumpridos também oito mandados de prisão preventiva e um de prisão domiciliar, e o bloqueio de valores depositados em contas bancárias e aplicações financeiras de 21 investigados.