Justiça

TCE anula licitação do transporte público de Macapá com base em irregularidades

Prefeitura tem prazo de até 120 dias para que realize estudos para um novo procedimento licitatório.

O Tribunal de Contas do Amapá anulou, definitivamente, a licitação para o transporte público de Macapá. A decisão foi proferida pelo Pleno da Corte de Contas, em sessão extraordinária.

Ainda na decisão, foi estipulado um prazo de até 120 dias para que a Prefeitura de Macapá realize estudos para um novo procedimento licitatório, devendo encaminhar, previamente o edital do certame afim de evitar novos vícios identificados na licitação anulada.

A representação que colocou a licitação em dúvida foi movida pela empresa FK Transportes e Serviços LTDA, Janderson Kássio Costa dos Santos e Evelim dos Santos Paes, que alegaram irregularidades no aproveitamento da audiência pública realizada em 2019, sendo necessária a realização de nova audiência para debater o novo projeto básico.

“Ressalto que a não realização de audiência pública constitui vício insanável que macula todo o certame licitatório, ocasionando a sua anulação. No caso presente, a administração municipal optou pelo aproveitamento de reunião outrora ocorrida em outo certame licitatório, tomando como fundamento que a ‘concessão dos serviços de transporte público, ainda é o mesmo tratado nas audiências públicas de 2019’ de um certame fracassado, sem contar o lapso temporal existente daquela licitação”, destacou o conselheiro Paulo Martins, relator do processo.

Outra ilegalidade que levou o Pleno a anular a licitação foi o prazo de concessão de 20 anos, prorrogável por mais cinco, o que afronta o art. 21 da Lei Municipal nº 1.524/2007, que dispõe sobre a organização dos serviços do sistema de transporte urbano de passageiros no município de Macapá, a qual prevê prazo de dez anos.

A idade máxima dos veículos da frota, falta de divulgação de um projeto básico, com estudos pormenorizados da concessão, contemplando todas as suas nuances, e exigências ilegais de propriedade prévia (o que é vedado pelo ordenamento jurídico), foram outras irregularidades encontradas na licitação.

O voto da relatoria foi acompanhado por, unanimidade, pelos demais conselheiros do TCE Amapá.

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Um Comentário

  1. Estamos cansados de tantos coletivos “coletados” nas “lixeiras” das garagens das grandes metrópoles! Estão nos tratando como se fôssemos animais de manejos, com tamanho desrespeito à nossa dignidade! Ônibus sujos e pichados com desenhos obscenos e palavrões, estruturas barulhentas provocando ruídos ensurdecedores, cujos gestores não fiscalizam a qualidade do tratamento oferecido à comunidade! E mais! sacrificam nossas horas em detrimento do tão sacrificado dinheiro público; dos passageiros com seu escasso tempo perdido nas paradas, estas sem a mínima condição de conforto e segurança, sofrendo a agressão do clima; motoristas sem preparo para conduzir com zelo os seus passageiros, estressados de tanto dar conta de mais uma função: a de cobrador, atividade esta que põe a segurança de todos em risco iminente num trânsito caótico de Macapá, com uma péssima infraestrutura semafórica e urbana! E no fim da jornada voltam para seu lar, cansados, ainda que com a certeza do dever dignamente cumprido junto à população! É triste saber que há políticos que elegemos – e até donos das empresas de transportes – inescrupulosos por trás dessas licitações para engordar seus salários através das catracas!
    O Senhor tenha compaixão de nós, os usuários!

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